Matéria postada em sua íntegra a pedido do autor.
SETE DO QUE MESMO?
* Vanderson Maziero
Bolsonaro é um presidente embretado dentro da própria incapacidade política, administrativa e sobretudo dos arroubos autoritários como conduz o país e como se relaciona com a população, com a imprensa e os demais Poderes da República.
Essa situação é uma amostra de um desgoverno, previsto desde a eleição de 2018, quando o então candidato não tinha um plano de governo, não tinha metas em políticas públicas, ou seja, elegeu-se num vácuo eleitoral deixado por um impeachment de Dilma Roussef e a prisão de Lula, adversário líder nas pesquisas, soma-se a isso boa parte da população apática politicamente e alinhada as idéias antipetista.
O efeito eleitoral pró Bolsonaro foi construída dentro desses parâmetros disseminado para uma legião radical de eleitores com valores morais e religiosos ultra ortodoxos, discursos anticorrupção e negacionismo político, liberalismo econômico, intolerância aos movimentos sociais, desrespeito as minorias e aos favoráveis ao aborto legal, gays, união estável do mesmo sexo e da ideologia de gênero entre outras.
Municiados com uma rede mentirosa montada e direcionada para pautas, ou seja, havia um conjunto de discursos subjetivos que se assemelha a um cardápio, bem ao gosto do “freguês”, onde cada indivíduo ou grupo ideológico a qual pertence, escolhia o tema ao seu bel-prazer, digo: se sentia de certa forma representado em alguma medida, pouco importando o conjunto das plataformas econômicas, ou assuntos relativos as políticas públicas, planejamento etc.
Bolsonaro não governou o país desde a posse, continua em campanha eleitoral.
Agora chegou à realidade, o que fazer? Corrigir os erros, redirecionar a política para a estabilidade do país, procurar diálogo com a sociedade como um todo? Não, tocar fogo na República, derrubar a democracia.
Tenta transformar o país numa anarquia, no caos, 7 de setembro de 2021 não será lembrado com aniversario dos 199º anos da independência do Brasil, nem como uma festa cívica, mas sim como o dia da vergonha, o dia da idolatria ao atraso e da ditadura de uma minoria desqualificada. Esse conjunto dos apoiadores de Bolsonaro que agora ele chama de povo, está sendo usada como demonstração simbólica, de quem tem pouco ou quase nada. É necessário observar que todos esses fragmentos que deram a eleição a Bolsonaro hoje são o pensamento minoritário na política e na sociedade brasileira. Foram incitados a violência por Bolsonaro.
As pesquisas de opinião do início do mês como do Poder Data demonstram que a reprovação do governo Bolsonaro é de 63% e na pesquisa de intenção de votos Bolsonaro perderia para todos os concorrentes no segundo turno. A incongruência é percebida no discurso e nas atitudes de Jair Bolsonaro juntando-se ao centrão, não para a governabilidade, mas sim, mas não ser impichado. Bolsonaro não representa mais o conjunto da sociedade. O simbolismo da figura do representante, é o “mito”, do seu eleitorado mais fiel, cada dia mais radical e não um presidente de fato.
O Brasil está vivendo um dos seus piores períodos: a fome, a miséria, o desemprego, a inflação, os riscos de um apagão energético estão escancarados razão pela qual os discursos e os inimigos mudavam a cada dia, sem contar os inúmeros escândalos de corrupção envolvendo sua família e seu governo.
O movimento golpista criou um factoide insinuando que haja cerceamento das liberdades de expressão e do direito de opinião, tudo para desestabilizar as instituições e praticar a desobediência civil, ou seja, o código penal, não vale para punir crimes praticados nas redes sociais?
O Presidente armou uma insurreição, mobilizou milhares de pessoas para defesa de uma causa que é sua, livrar-se das responsabilidades e das denúncias que recaem sobre sua prole e sua cabeça. Bye, bye!
*Vanderson Maziero é Cientista Político
@EMPAFLY on Twitter.
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