Os partidos políticos brasileiros são indisciplinados e frouxos

No Brasil, as decisões presidenciais dependem, inexoravelmente, dos interesses partidários que, por sua vez, obrigam os presidentes a construírem ou formarem coalizões amplas em nome da governança. Porém, considerando que nossos partidos políticos são frouxos e indisciplinados, estas coalizões nem sempre refletem, nas votações, as vontades geradas às suas formações.

A turbulência política que vivemos, potencializa a frouxidão expondo a fraqueza e a indisciplina dos partidos políticos brasileiros. Um verdadeiro “deusdará” ….com raríssimas exceções, cada integrante faz o que bem entende.

Atrás dos votos

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse à reportagem que os aliados trabalham com uma margem de 200 a 216 votos contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Não tem erro de ter menos de 200 votos”, afirmou.

Pessimismo

“Acho que acabou. Não consigo ver mais nenhum tipo de reação que o governo possa ter. A partir da decisão do Janot, teve uma virada. A decisão do Janot mostrou uma fragilidade muito grande do governo. Uma coisa era, para as pessoas que estavam negociando, ter o Lula como chefe da Casa Civil, com a caneta na mão. A outra é não ter”, afirmou Traumann

PP entregando

O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, entregou no início da tarde desta quarta-feira, 13, sua carta de renúncia à presidente Dilma Rousseff. Occhi deixa a pasta seguindo decisão de seu partido, o PP, que anunciou na terça, 12, desembarque da base aliada.

Defesa da democracia

Mesmo com as divergências, os 19 dos 20 deputados que integram a bancada confirmaram que vão seguir a orientação nacional. “O partido decidiu que lutará contra o impeachment porque a solução do problema não será apenas tirando Dilma de seu mandato. A bancada reitera que ficará do lado da democracia e não apoiaremos este golpe”, disse o deputado Weverton Rocha (PDT-MA).

Requião

Para o senador, a derrota do impeachment daria à presidente Dilma Rousseff uma oportunidade de rever sua política conforme a demanda dos que manifestam apoio ao seu governo. A aprovação do processo de impedimento, contudo, “significará um aprofundamento do ajuste”.

“Nada será garantido. Ciclos sucessivos de depressão estrangularão as contas públicas em ajustes recorrentes, estrangulando gastos públicos e salários, inclusive de aposentados e pensionistas. Em suma, todos, menos os ricos e a mídia, pagaríamos pelo impeachment”, alertou o peemedebista.

Cunha defende o parceiro

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entrou com mais um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter à decisão do ministro Marco Aurélio Mello, que mandou a Câmara aceitar o pedido de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer (PMDB). O PMDB pulou fora do governo, ou melhor, parte dele, porém, Michel Temer “o conspirador”, não abandonou a vice-presidência.

PSD

Não há certeza sobre o fechamento de questão ou se o PSD vai liberar seus parlamentares para votar como quiserem. No encontro desta manhã, além dos parlamentares, participa o ministro Gilberto Kassab, das Cidades, que foi presidente da legenda. Apesar dos pesares o partido se manterá na base governista, mas não garantindo todos os votos contra o impeachment.

Só por Deus

Sobre a possibilidade da votação do impeachment não ocorrer, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) disse: Isso é imponderável. No sábado, teremos uma fotografia mais próxima do que acontecerá no domingo. Qualquer pessoa que for à Esplanada já vai ver um movimento mais crescente a cada hora. Então, a gente tem que pedir a Deus que não aconteça nada, porque, se acontecer algo mais sério…

 

 

Sobre Francisco Carlos Somavilla 1551 Artigos
Bacharel em Ciência Politica. MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político. Especialização em Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável.

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