Uma dupla de garotas de programa fez um escândalo em frente à Câmara Municipal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, no início da tarde desta quarta-feira (3). Elas cobravam um suposto cliente por uma noite de trabalho. De acordo com informações de um funcionário do gabinete da presidência da Casa, um homem teria fugido por dentro da Câmara para não pagar pelo serviços das garotas.
Depois de passar a noite com as elas, o homem teria dito que passaria no banco e na Câmara para pegar dinheiro e pagar pelo serviço. As duas ficaram esperando em frente ao parlamento e perceberam que o homem não voltaria mais. “Elas começaram a gritar a fazer um escândalo, achavam que ele trabalhava aqui, e chamamos a polícia”, conta o funcionário que pediu para não ser identificado.
A Polícia Militar registrou a ocorrência, mas ainda não havia sido finalizada até às 14h desta quarta-feira. O funcionários garantiu que o suspeito não trabalha na Câmara Municipal. “Ele é um estelionatário, conhecido da polícia. Os policiais até já sabem quem é. Ele aproveitou que a Câmara fica com as portas abertas, é uma casa do povo, e entrou em um gabinete qualquer. Aí ele sumiu”, conta.
Direito
A presidente da ONG Liberdade, de proteção a profissionais do sexo em Curitiba, Carmem Costa, afirma que a atitude das mulheres é um exemplo para todas as garotas de programa. “O cliente tem responsabilidade de pagar sim, se ele se propôs. Ela está prestando um serviço. É trabalho reconhecido no código ocupacional do trabalho como profissão. Ela não está no crime. Quem está no crime é ele, que favoreceu a prostituição e ainda usando disso para se beneficiar, ainda mais sem contrapartida”, defende.
De acordo com a presidente da ONG, os casos de exploração são comuns e devem ser denunciados sem constrangimento da profissional. “Elas são tão cidadãs quanto eles. Quero parabenizar essas duas mulheres pela coragem. Sou prostituta sim, fiz o serviço, e tenho direito de receber. Elas realizar os prazeres e as fantasias dele como serviço pré-combinado. Estou atrás do contato delas e eu mesma vou até elas para entrar com recurso na Justiça. Estou cheia de casas que deixam as meninas trabalhando. Chega na hora de pagar, eles (donos das casas de prostituição) dizem que elas não têm direito de receber”, denuncia.
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