O prefeito de Pinhais, Luizão Goulart (PT), em entrevista ao jornal “A Gazeta Cidade de Pinhais”, falou sobre o desempenho de sua gestão nos períodos de 2009 a 2016. O prefeito disse que as metas propostas foram seguidas com responsabilidade e dedicação para que a municipalidade, de um modo geral, fosse contemplada da melhor possível.
Disse também que, apesar da crise econômica, os desafios foram superados e ressaltou as participações da vice-prefeita Marli Paulino (PDT) e Rosa Maria (Pros) para que a Administração atingisse o objetivo proposto.
“Tanto Marli quanto Rosa estão muito bem preparadas para disputar as próximas eleições municipais e assumir a Prefeitura em 2017”, concluiu.
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A Gazeta Cidade de Pinhais: O senhor está no último ano de segunda gestão. Sua Administração tem sido muito bem avaliada pela população e por indicadores técnicos. Se pudesse voltar ao início, mudaria algumas peças de sua equipe e faria algo diferente?
Prefeito Luizão Goulart: Não mudaria nada. Vejo como uma gestão de acertos, composta por uma equipe muito bem preparada, com as pessoas certas nos lugares certos. Fomos ajustando, claro, algumas coisas ao longo da gestão, mas a estrutura central sempre foi mantida. Na primeira gestão, pegamos um momento econômico muito bom, com o Presidente Lula. O Governo do ex-presidente foi importante para os municípios, no sentido de obtenção de parcerias para projetos e programas sociais. Porém, no segundo mandato da Presidente Dilma a questão econômica dificultou alguns avanços, mas temos conseguido levar adiante todo o Plano de Governo sem alterações ou paralisações de obras em Pinhais.
A Gazeta: E a que o senhor atribui esse bom desempenho?
Prefeito Luizão: O ponto forte da nossa gestão é atuar com uma equipe muito competente e dedicada. Os servidores municipais são capacitados para a função que exercem. E isso faz toda a diferença. Quando assumimos a primeira gestão, dentre os muitos desafios, estava as regularizações fundiárias, algo trabalhoso, não apenas pelas relações e diálogo com as pessoas, mas também, tecnicamente. Sendo assim, montamos um corpo técnico muito preparado junto à Secretaria de Urbanismo. São servidores conhecedores da nova legislação. Também fomos beneficiados pela política do Governo Federal, que abriu muitas possibilidades nessa área. Aproveitamos muito bem os quadros da Prefeitura para as regularizações, bem como para todas as demais funções.
A Gazeta: Umas das marcas da sua gestão tem sido a grande atenção para obras de combate às enchentes. Como o senhor avalia o atendimento dessa demanda?
Prefeito Luizão: Realmente, esse foi outro acerto. Não temos feito apenas obras de limpeza e dragagem dos rios, mas, também, nos canais de escoamento das águas das chuvas. Esse era um dos problemas que causavam enchentes. Fizemos muitas obras de macrodrenagem em pontos diversos. Um exemplo é perto da Avenida Maringá, na Vila Perneta, onde estamos fazendo um desvio nos canais de escoamento com cerca de 700 metros de manilhas. Só com materiais, gastamos R$ 400 mil. Se não tivéssemos mexido também nos rios, com as chuvas intensas, como as últimas, eles teriam transbordado. Isso não tem acontecido mais. O único fato a lamentar foi termos feito sozinhos, sem parcerias com municípios vizinhos, a exemplo de Curitiba e outros da Região Metropolitana.
A Gazeta: Como o senhor tem tratado a gestão de Recursos Humanos?
Prefeito Luizão: Obtivemos grandes avanços, a exemplo da elaboração do Plano de Carreira de todo o funcionalismo, que incentiva a capacitação acompanhada de aumentos salariais. E o próprio município tem fornecido esse preparo. Com essa política, todos ganham. Os funcionários, com mais capacitação e salários melhores, e também o município, que passa a contar com servidores mais qualificados e competentes. Para os educadores, construímos o Cenforpe, espaço direcionado a ministrar cursos de capacitação exclusivamente para essa área.
A Gazeta: Quais obras relevantes em seus dois mandatos o senhor destacaria?
Prefeito Luizão: São várias. A reabertura do Hospital Municipal e Maternidade, os dois Bosques Municipais. Os bosques, aliás, são uma marca da gestão. Afinal, Pinhais não contava com nenhuma área de lazer e esportes. Temos ainda o Parque Linear e o Parque das Águas – com obras em andamento. Construímos, reformamos e ampliamos creches e escolas. Foram oito novas creches inauguradas, em oito anos. Uma média de uma por ano. Acrescentaria, ainda, a inauguração da UPA 24 horas, a inauguração da sede própria da Secretaria de Saúde e as obras de pavimentação. Para se ter uma ideia, quando assumimos o primeiro mandato, a demanda por pavimentação era grande, uma das principais reivindicações da população. Em quase oito anos, já fizemos cerca de 200 km de pavimentação, sendo aproximadamente 140 km de asfalto, o restante em antipó. Atualmente, em Pinhais, é raro encontrar alguém com lama nos sapatos em dias de chuva.
A Gazeta: Como estão as perspectivas para a construção da Delegacia Cidadã, tão comentada e esperada?
Prefeito Luizão: Essa é uma obra integralmente do Governo do Estado. Já fizemos a nossa parte, com a doação do terreno. No início disseram que o terreno doado não era adequado ao projeto. Então, doamos outro terreno, ao lado da sede do Corpo de Bombeiros, que já está legalizado em nome do Estado. A obra foi iniciada, mas logo foi paralisada. Estamos à espera da iniciativa do Governo do Estado. Aliás, a construção da sede do Corpo de Bombeiros também é uma obra da Prefeitura, a partir de financiamento.
A Gazeta: Há duas obras ainda pendentes, de futuro incerto, o Velódromo e a construção da nova sede da Prefeitura. Quais são as perspectivas?
Prefeito Luizão: A nova sede da Prefeitura teria o objetivo de reunir as Secretarias num só espaço, o que eliminaria o pagamento de diversos aluguéis. Fizemos o projeto de 8 mil metros quadrados, com quatro pavimentos, ao custo de aproximadamente R$ 20 milhões. Mas não conseguimos financiamento. Íamos vender dois terrenos do Município, que dariam para bancar integralmente a obra. Chegamos a preparar o leilão para a venda, mas veio a crise econômica jogando o preço dos terrenos para baixo, o que tornou a venda inviável. Então, paramos o processo e estamos esperando as coisas se ajustarem novamente. Já temos uma área do lado da Secretara de Urbanismo, um terreno adequado ao projeto. Tudo está preparado.
A Gazeta: E com relação ao Velódromo?
Prefeito Luizão: Quanto ao Velódromo, esta é uma grande oportunidade sem custo algum para o Município a qual abraçamos. Todas as despesas são bancadas integralmente pelo Ministério dos Esportes, inclusive, o transporte da estrutura do Rio para cá e o aluguel da área onde está armazenada a estrutura, no Maria Antonieta. O Velódromo estava desativado no Rio de Jameiro, após ser usado nos jogos Pan Americanos de 2007 e nos Jogos Paraolímpicos de 2009. Por que não aproveitar a oferta do Governo Federal, já que temos um bom terreno para a obra, também, no Maria Antonieta?
A Gazeta: Algumas pessoas têm criticado a vinda do Velódromo para Pinhais. O que o senhor pode falar sobre isso?
Prefeito Luizão: Alguns críticos torcem contra. Há, inclusive, vereadores que muito criticam. Porém, se o projeto não der certo, quem sairá perdendo é a população. A estrutura está armazenada, bem abrigada, à espera unicamente de uma solução para o impasse colocado pelo Tribunal de Contas do Estado. Fizemos a licitação, saiu a empresa vencedora, mas o Tribunal embargou o processo questionado alguns itens dentro do sistema de licitação utilizado, o RDC. Esses itens questionados são feitos com base numa lei estadual de licitações, mas o sistema RDC é amplamente utilizado pelo Governo Federal, principalmente para as obras das Olimpíadas. É uma discussão jurídica que estávamos buscando resolver via Ministério dos Esportes, que é o responsável pela obra. Mas com essa mudança para o Governo Temer, temos um novo ministro e estamos no aguardo. Aliás, estamos marcando uma reunião com a equipe do novo Ministro dos Esportes para que intercedam nesse impasse, bem como marcamos reunião com o Prefeito do Rio de Janeiro. É uma obra de R$ 24 milhões integralmente bancada pelo Ministério, vinculada aos Jogos Olímpicos, que trará a Pinhais um grande Complexo Poliesportivo, beneficiando toda a Região Metropolitana e a capital. Não existe um Complexo Poliesportivo desse porte na Região.
A Gazeta: Naturalmente, com a crise econômica, a elaboração do orçamento 2016, feita no ano passado, já previa queda na arrecadação de impostos. Contudo, houve também queda nos repasses de verbas dos Governos Estadual e Federal. Havia uma previsão dessa queda nos repasses a esse nível? Como isso tem afetado a execução do Orçamento desse ano?
Prefeito Luizão: Sim, o Orçamento 2016 foi feito com uma expectativa de queda na arrecadação de impostos e dos repasses. Mas, realmente, não prevíamos uma queda nos repasses a esse nível. Como consequência, temos feito algumas alterações, remanejamentos dentro o orçamento, a fim de nos adaptarmos. Contudo, nada que tenha prejudicado obras em andamento ou obras ainda previstas. Nenhuma obra ou programa deixou de ser executado por causa dessa queda. Os servidores também têm recebido seus vencimentos em dia, com os devidos reajustes previstos pelo INPC, inclusive. Os planos de carreira estão sendo cumpridos, com as progressões previstas. Apenas, temos revisto investimentos previstos que por causa da crise, possivelmente, serão adiados. Para 2017, o cenário é ainda incerto.
A Gazeta: Em comparação com a primeira gestão, que diferenças o senhor aponta? Houve mais facilidades ou dificuldades em uma ou outra?
Prefeito Luizão: A primeira gestão foi num período em que a economia estava bombando. Cumprimos 90% do Plano de Governo. Obtivemos uma reeleição com 93,7% dos votos válidos. O desafio dessa segunda gestão foi não deixar a equipe acomodada. Fizemos um novo Plano de Governo e tivemos em mente inovar para atender as expectativas da população. Pois, a tendência é no segundo mandato haver uma acomodação. Porém, fugindo da regra, conseguimos fazer muitas obras nesse segundo mandato. O grande desafio foi a economia, que na segunda metade do mandato começou a desacelerar. Mas, felizmente, a superação das dificuldades econômicas foi outra meta atingida por nossa equipe. Conseguimos continuar a gestão no mesmo ritmo, com diversas obras e serviços sendo realizados.
A Gazeta: Quais outras obras, em andamento ou recém-inauguradas, o senhor destacaria?
Prefeito Luizão: Temos o Parque Linear, na Avenida Maringá, que já entregamos a ciclofaixa e estamos dando continuidade às obras. Essa obra ficou parada por falta de repasse do Governo, mas as verbas já vieram e estamos avançando. Há uma parte de obras complementares, que a Prefeitura está bancando, a exemplo de arborização, gramado, calçadas, recapeamento adicional. Em breve, o Parque Linear será mais uma opção de lazer e esportes para a cidade. Cito, ainda, a revitalização da Avenida Iraí; a duplicação de trechos da Avenida Jacob Macanhan; a construção do Parque das Águas, na divisa com Piraquara; o Parque Linear Atuba; o Parque Linear Palmital e, também, a nova Unidade de Saúde do Jardim Karla, que deverá ampliar o atendimento aos usuários.
A Gazeta: Sobre a sua sucessão, o senhor já tem em mente qual candidato ou candidata deverá apoiar?
Prefeito Luizão: Existem muitas indagações de parte das pessoas a nossa volta e da população em geral. Muitos servidores também estão ansiosos. A grande maioria do quadro de pessoal quer a continuidade da gestão. Mais da metade dos servidores foi contratada na nossa Administração. E os que já estavam, foram valorizados. Sobre sucessão, o que posso afirmar é que existem duas pré-candidatas as quais considero muito bem preparadas para assumir a Prefeitura: uma é a Vice-Prefeita Marli Paulino, a outra é a Vereadora Rosa Maria.
A Gazeta: E o que faz o senhor acreditar que elas são as duas melhores opções para lhe suceder no comando da Prefeitura de Pinhais?
Prefeito Luizão: Ambas conhecem muito bem a gestão por dentro, estão integradas ao nosso sistema de trabalho. Esse é um ponto fundamental. A Marli Paulino, por exemplo, tem experiência de três mandatos como vereadora e duas gestões como vice-prefeita, onde tem acompanhado o trabalho bem de perto, participando de absolutamente tudo. Já a Rosa Maria tem experiência na direção do maior colégio estadual do município, foi Secretária de Educação na primeira gestão, atuando de forma muito competente. Conseguiu avanços, como implantar eleições gerais nas escolas, instituir a carreira de pedagogo, implantar escolas em tempo integral. Foi eleita vereadora, sendo a mais votada. Tem se revelado muito habilidosa na articulação política. Depois, passou um período de pouco mais de um ano, como Secretária de Administração, que é uma Pasta central, que envolve a gestão inteira, abrangendo todas as Secretarias da Administração Municipal. Enfim, após as convenções definirei meu apoio.
A Gazeta: Tanto a Vereadora Rosa Maria (PROS) como a Vice-Marli Paulino (PDT) não são do seu partido, o PT. O senhor considera a hipótese de, tanto o PDT como o PROS, lançarem candidaturas próprias, respectivamente, independente de seu apoio ou articulação? E nesse caso, como o senhor se posicionaria?
Prefeito Luizão: Em tese, isso é possível. Nesse caso, eu apoiarei uma das duas. Além disso, no PT, meu partido, tem o Vereador Gilberto, que também cogita uma candidatura. Mas a tendência é articular uma chapa e coligações viáveis com os demais partidos. Vou trabalhar para a composição. Inclusive, vários partidos já demonstram interesse na composição em torno de um nome. Rosa e Marli já foram candidatas muito bem votadas a deputada federal e estadual, respectivamente, numa mesma eleição, em 2014. Na época, apoiei as duas. O importante é garantir a continuidade dessa boa gestão, que é o que o povo e os servidores têm demonstrado querer. E a grande maioria dos partidos tem interesse em buscar atender a expectativa do eleitorado. No que diz respeito a eleição para vereador e vereadora, assumi compromisso de apoiar os candidatos do PT.
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