O ataque a tiros ao “Acampamento Lula Livre’ (Marisa Letícia) no bairro Santo Cândida, em Curitiba na madruga deste sábado (28) é passível de entendimento a partir de uma análise sobre o histórico olhar conservador que determinada parcela da população curitibana reserva aos “outsiders”“.
Por incrível que pareça, entre esta parcela somam-se aqueles e aquelas que NÂO fazem parte da linhagem dominante, mas que se acham integrantes e se entendem ou se intitulam como tais, ou seja, como se fossem do meio, como se fossem aceitos e considerados entre os estabelecidos.
Todos nós sabemos que ‘outsiders’ são pessoas de fora, que não são do meio de determinado grupo ou sociedade, portanto que não pertencem. Já os estabelecidos são do meio, ou seja, pertencentes a determinados grupos ou sociedades.
Esta reflexão é preciso que seja feita para evitarmos em defender justamente os projetos e vontades daqueles contrários a inclusão, que não veem com bons olhos pessoas de classe social menos favorecida usufruírem das mesmas oportunidades sociais, galgar espaços nas universidades, na iniciativa privada ou mesmo na administração pública.
Há poucos dias, em minha página do Facebook fiz duas simples perguntas envolvendo Aécio Neves e Lula. Certo numero das respostas daqueles que votaram em Aécio seguiram o mesmo padrão dos estabelecidos, ou seja, dos conservadores. Ataques ferozes e eivados de preconceitos e ódio foram observados.
Já em relação aos que votaram em Lula, as respostas foram amenas e sem ataques de ódio à outra parte. Adianto que não se trata em defender ou atacar ninguém aqui, as respostas dadas estão lá.
Não fiquei surpreso e entendi que ainda temos muito caminho a percorrer até chegarmos a um denominador comum onde as pessoas reflitam antes de opinarem com o fígado e a bílis e passem a respeitar a opinião do outro; mesmo que esta seja diferente. Todos, – com exceção da classe dominante e imensamente mais aquinhoada -, sofremos os mesmos problemas sociais.
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