Os debates políticos que tivemos a oportunidade de assistir nestes últimos dias refletem bem como foi construído o Sistema Político brasileiro. Os candidatos-debatedores apresentaram suas propostas “infalíveis” sem consultar a população sobre quais propostas de fato são do interesse coletivo, ou ainda, se a população teria alguma proposta a colocar em discussão.

A representação política é uma forma democrática e necessária para o exercício da cidadania, porém, a democracia participativa também é importante para o exercício da cidadania uma vez que à população é delegado o poder decisório através dos mecanismos constitucionais como Plebiscito, Referendo ou Projeto de Iniciativa Popular, instrumentos estes pouco usados ficando as decisões tão somente para o Legislativo; os “representante” do povo.

O modelo eleitoral brasileiro (sistema proporcional) para escolha do Legislativo permite que o cidadão vote em determinado candidato e acabe elegendo outro sem saber. Este sistema é interpretado por algumas vertentes como um defeito à representatividade política.

Os custos para o exercício da democracia participativa dificultam um envolvimento mais arraigado da população brasileira. Para se ter uma idéia, o projeto de Iniciativa Popular disponível no site http://www.inesc.org.br/noticias/biblioteca/textos/cartilha-reforma-politica-2012que visa a Reforma Política terá que atingir 1% do eleitorado brasileiro, ou seja, 1.500.000 (um milhão e meio) de pessoas, em cinco estados com no mínimo 0,3% de participação do eleitorado de cada um.