A campanha eleitoral começou oficialmente. Verdade se diga, meio tímida e devagar, mas já está na rua, seja com os carros de som, distribuição de santinhos, jornais, reuniões ou visitas, os candidatos trabalham 24 horas por dia.
Todos almejam conquistar o máximo possível de apoios e votos para se eleger no dia 2 de outubro. Como no município não temos divulgações de pesquisas eleitorais durante a campanha, não é possível saber a preferência do eleitorado e quem está na frente na corrida eleitoral. Por esta razão é incorreto afirmar ou apontar os nomes dos vitoriosos, contudo podemos prever o cenário da eleição municipal em Pinhais, analisando os números do pleito, pois eles revelam pontos e são indicativos. Vejam os números!
A Eleição Municipal 2016 em Pinhais tem um detalhe peculiar, o número de eleitores. O município teve o maior índice de evasão no estado. Se em 2012, tivemos 89.285 eleitores aptos para votar, este ano temos 76.626. A redução foi de 14,68%, correspondente a 12.659 eleitores. O fato se deve, provavelmente, a ausência de parte significativa do eleitorado que não compareceu na revisão biometria.
Na corrida rumo a prefeitura municipal, temos três postulantes, sendo um da situação e dois da oposição. Com o número 12, Marli Paulino (PDT) é a candidata a prefeita, tendo como vice, Rosa Maria (PROS), na coligação “Pinhais Segue em Frente” com a participação de 15 partidos. Já o número 27 é do candidato oposicionista a prefeito Passarinho (PSDC) da coligação “Pinhais Não Pode Parar”, a vice-prefeita é Márcia Ferreira do PMDB e conta com a participação de 8 partidos. O terceiro candidato a prefeito pela oposição, é do PTB, Claudinho Stevani, com o número 14, o seu vice é Cleyton da Farmácia (PTdoB), na coligação “Pinhais Merece mais” que conta com 2 partidos. Como em nossa cidade não há segundo turno, pois há menos de 200 mil eleitores, o candidato que obter a maioria simples levará o “caneco” e governará Pinhais pelos próximos 4 anos, gestão 2017 a 2020. Na disputa majoritária não basta fazer uma boa votação, o importante mesmo é ser o primeiro, o número 1.
Já para se eleger vereador e chegar à Câmara Municipal a briga é bastante acirrada. São mais de 300 candidatos lutando por 17 vagas do poder legislativo. Fato: se em 2012, o vereador mais votado se elegeu com 1698 votos e o décimo sétimo com 754 votos, este ano, a história é outra. Com a diminuição do eleitorado, a busca pelo voto será uma árdua peleia entre os candidatos. Comparando com a última eleição, a tendência é que a votação dos vereadores eleitos seja menor. Outra questão a ser analisada é a disputa entre os partidos. Eles lutam para ter representatividade, pelo menos uma vaguinha. Quem está quer continuar, alguns querem aumentar a quantidade de cadeiras e quem está fora quer entrar. Logo, as lideranças partidárias teorizam, fazem e refazem as operações matemáticas, calculando a provável legenda partidária.
Mais um aspecto a comentar é da renovação na câmara de vereadores, situação que ocorre naturalmente em cada eleição. É certo que será no mínimo seis. Os vereadores Zezinho (PMDB), Seu Oswaldo da Igreja (PT) e Demétrio (PP) não disputam o pleito. Além deles, não concorrem à vereança, Passarinho candidato a Prefeito e Márcia Ferreira e Rosa Maria candidatas a vice-prefeita em suas respectivas chapas. Provavelmente, a renovação será maior. A reeleição de alguns vereadores é uma incógnita e muito comentada nos corredores da Câmara, o que deixa alguns dos atuais parlamentares com a pulga atrás da orelha. Quem fica e quem não volta, são as perguntas mais debatidas.
As mudanças promovidas pela “minirreforma política” reduziram consideravelmente o período da campanha que terá aproximadamente 45 dias e passará como um raio para os novatos e a passos de tartaruga para os que estão no poder.
Só nos resta aguardar o primeiro domingo de outubro para conhecermos qual o número mais votado pelos eleitores de Pinhais. Será o 12, o 14 ou 27? E quais serão os 17 candidatos que ocuparão as cadeiras da Câmara? Para todos os eleitos, tanto prefeito e vereadores, o número de votos que vão obter é o de menos. O mais importante mesmo é que seja aquele que lhe garanta a vitória e o mandato.
Por Fábio Cristiano
Muito boa essa matéria. Entendo eu que esses números referente a evasão de eleitores pode ser ainda maior no dia da votação pois, no dia a dia conversando com um e outro ouve-se muito mais negativas do que positivas com relação a apresentação dos candidatos principais às eleições deste ano. E claro que isso se deve ao fato dos escândalos políticos que inundaram o país nos últimos anos, principalmente na esfera federal e que fatalmente se refletirá na esfera municipal.
Muito boa a matéria, mais uma ótima abordagem do Fabio em relação aos números, isto mostra que será necessário inovação por parte dos candidatos e propostas reais de governo e gestão, pois com o quadro reduzido de eleitores vai demandar um esforço maior e mais competitivo dos candidatos aos cargos municipais.
Creio que todo e qualquer escândalo politico não deveria contribuir negativamente para o aumento da evasão de eleitores, pois deveria contribuir para fortalecer o exercício da cidadania e a participação ativa nas eleições, na tentativa de mudar todo este cenário conturbado, favorecendo a eleição de candidatos comprometidos com o município e com a população municipal de Pinhais.