Filiados e simpatizantes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) participaram de um encontro realizado em Pinhais no último sábado (29) tratando das ações futuras, bem como da divulgação da sigla no município. Abaixo a entrevista que fiz com o ex-candidato do partido ao governo do Paraná, Bernardo Piloto.
1 – O PSOL está articulando filiações partidárias no estado do Paraná?
Após o processo eleitoral, estamos organizando o partido em todas as cidades que tem trazido esta demanda. A campanha foi muito positiva para divulgar o partido. Nas oportunidades que tivemos, falamos que votar é só o começo e que só a luta muda a vida. Agora estamos sendo coerentes com esse discurso, mostrando que política se faz o ano todo.
2 – O partido pretende realizar convenções municipais visando a formação de diretórios ou trabalhará na formação de Comissões Provisórias tão somente?
O PSOL vai formar Diretórios Municipais. Para isso, temos um período de experiência com comissões provisórias. Mas o principal não é essa organização formal: o que queremos é um partido vivo, que reúna militantes e influencie na política dos municípios paranaenses. Ou fazemos política diariamente, nos movimentos sociais, populares, nas escolas e universidades, ou a política será dominada por esta politicagem nojenta, dominante no plano federal, estadual e municipal.
3 – Bernardo Piloto, sábado (29), as 9h30 o PSOL realizou um encontro na Praça do Skate, em Pinhais. Como foi esse encontro?
Foi muito interessante e positivo. Reunimos trabalhadores e estudantes interessados em construir uma alternativa política na cidade. Foi mais um passo na organização do partido na cidade. Seremos a única força política capaz de fazer uma oposição coerente à aliança que hoje comanda a Prefeitura, que vai do DEM ao PT.
4 – A formação de quadros para disputar as eleições municipais de 2016 com candidaturas ao Legislativo e Executivo de Pinhais esteve na pauta do encontro? Enxergamos a eleição como mais uma ação partidária. Uma ação importante, mas mais uma dentre tantas outras. Neste sentido, pontuamos que será importante apresentarmos uma alternativa também nas eleições de 2016, mas ainda sem conversar sobre a tática específica para isso. O que já temos acúmulo coletivo é que não fazemos alianças partidárias para além do PSTU e do PCB, que hoje me parece que infelizmente não existem no município. Ou seja, para 2016, devemos ter chapa própria e pura em Pinhais.
5 – Cite tres pontos que voce considera mais importantes numa eventual Reforma Política.
A democracia brasileira precisa ser democratizada. Atualmente, quem escolhe os candidatos são as grandes empresas, que enchem de dinheiro determinadas campanhas. Isso precisa acabar. Portanto, o ponto principal de uma reforma política deve ser o fim do financiamento empresarial e o limite a doações individuais. Outros dois pontos seriam a possibilidade de revogar mandados (o “recall dos políticos”) e o aumento de instrumentos de democracia direta, como os plebiscitos.
Obrigado pelo espaço. Uma correção: não sou presidente do PSOL no estado. Sou do Diretório Estadual e ex-candidato a governador.