20 DE NOVEMBRO O DIA DA POLEMICA

Origem da Negritude

“A Negritude tem a sua origem nos movimentos culturais protagonizados por negros, brancos, mestiços que, desde as décadas de 10, 20, 30 (século XIX), vinham lutando por renascimento negro (busca e revalorização das raízes culturais africanas, crioulas e populares) principalmente em três países das Américas, Haiti, Cuba e Estados Unidos da América, mas também um pouco por todo o lado” (Site ALTERNATIVAS).

Dia da Consciência Negra “Nobreza” Contestou

A decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) em cancelar os efeitos da Lei Municipal nº 14.224/2013 que aprovou feriado à data comemorativa da *Consciência Negra em Curitiba nos leva a refletir sobre o conceito de Negritude existente na sociedade brasileira. Dada a polêmica surgida, parece que os sentimentos de subestimação aos negros continuam perambulando por aí encontrando respaldo em setores ainda afetados pelas tradições herdadas desde os tempos imperiais.

ACP e Sinduscon alegam prejuízos financeiros

Ora, a data de 20 de novembro aprovada pela Câmara Municipal de Curitiba instituindo feriado municipal como forma a resgatar a história do que foi a escravidão no Brasil e o mal proporcionado a centenas de milhares de negros – mulheres, homens e crianças – que viviam em ampla liberdade em suas aldeias, em seus lugares, enfim, em seus países originou reação contrária de entidades como a Associação Comercial do Paraná e Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR) por conta de questões econômicas, nos leva a duvidar se ainda persistem ou não o preconceito contra negros e o sentimento de propriedade da vida humana em diminuta parcela da sociedade.

“Áureos e Bons Tempos”

As entidades, ACP e Sinduscon, ao invocarem junto ao TJ-PR prejuízo financeiro pelo feriado aprovado em nada colaboram para condenar, mesmo que de forma tímida, os “áureos e bons” tempos escravocratas onde a mão de obra negra era o combustível que proporcionava lucro, acúmulo de riqueza e boa vida aos senhores de engenhos e de cafezais. É de bom tamanho lembrar que, enquanto os negros eram usados como força bruta de produção e tratados na base do açoite e condições sub-humanas, os filhos da nobreza (sic) freqüentavam os bancos das faculdades europeias, desfrutando de boa vida que incluíam sofisticados restaurantes e casas de chás, teatros, concertos musicais, altas rodas sociais entre tantas outras possibilidades da mesma grandeza.

Antonio Bráz, profº e presidente do Movimento Negro do PDT-PR.

“Os negros passaram 127 mil dias de trabalhando de graça pelo Brasil, e, agora, estes senhores estão preocupados com a perda dos ganhos de um único dia”?






*Em 20 de novembro é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra no Brasil que reflete sobre a introdução do negro na sociedade brasileira. A data lembra a morte de Zumbi dos Palmares, líder da resistência contra a escravidão no Quilombo dos Palmares, em 1695.

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